ARROIO DO SAL
Ele era um filete de água
Que descia do morro
Por entre capões
Sonhava conhecer o mar...
Mas diziam que somente
Um rio caudaloso chegaria até lá
E desde que era nascente
Foi este o seu maior sonho...
Num dia aconteceu
Uma grande enxurrada
E lá foi ele até o mar
Não sabia que quando lá chegasse
Seria por ele engolido...
E foi assim que
Um pequeno arroio
Transformou-se no que hoje
Todos conhecem como Arroio do Sal...
Mário Feijó
13.05.11
TODAS AS VIDAS
Todas as vidas
Todas as pedras
O vento, a luz do sol
Ou até mesmo a brisa
Criam movimentos
São agentes de interação
Uns apenas são o alicerce
Da nossa casa, do nosso chão
Outros servem de alimento
Embelezam o nosso dia
Servem de alguma forma
Interagindo na nossa maneira de olhar...
Todas as vidas
Têm energia em suas células
Enquanto existem
Há uma razão para SER...
Mário Feijó
12.05.11
HÁ SOLUÇÃO PRA TUDO
Houve risos...
Vieram de onde
Um achei ter ouvido choros...
Havia solução!
Tudo sempre tem sempre solução
Quando temos boa vontade
Quando acreditamos e temos fé...
Há sempre luz
Há sorrisos no rosto
Há braços estendidos
E braços abertos para abraços...
Chorar é acreditar no impossível
Há sempre uma solução
Há sempre explicação
Mesmo que não do nosso agrado...
Mário Feijó
13.05.11
SONHOS DE UM ARROIO
Serpenteando pelo capão
Desce o arroio vindo da serra
Estava à procura do mar...
Quando criança
Ainda nascente
No alto do morro ouviu falar
Que só um rio chega até lá...
Tinha sonhos de aventurar-se
Aproveitou uma chuva de verão
E numa tarde de enxurrada
Estendeu-se até o mar aberto...
Não sabia ele que quando
Encontrasse o mar seria por ele devorado
Deixaria de ser apenas um rio
Transformou-se em Arroio do Sal...
Mário Feijó
_____________________________
17.05.11
PS. Duas versões para a mesma estória. Este é o Poema original que escrevi para Arroio do Sal, como eu o tinha perdido tentei construir um outro, já publicado com o título de ARROIO DO SAL. Hoje achei um pequeno pedaço de papel dentro do bolso e lá estava o poema original...
UM CASO DE AMOR
SONHOS DE UM ARROIO
Serpenteando pelo capão
Desce o arroio vindo da serra
Estava à procura do mar...
Quando criança
Ainda nascente
No alto do morro ouviu falar
Que só um rio chega até lá...
Tinha sonhos de aventurar-se
Aproveitou uma chuva de verão
E numa tarde de enxurrada
Estendeu-se até o mar aberto...
Não sabia ele que quando
Encontrasse o mar seria por ele devorado
Deixaria de ser apenas um rio
Transformou-se em Arroio do Sal...
Mário Feijó
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17.05.11
PS. Duas versões para a mesma estória. Este é o Poema original que escrevi para Arroio do Sal, como eu o tinha perdido tentei construir um outro, já publicado com o título de ARROIO DO SAL. Hoje achei um pequeno pedaço de papel dentro do bolso e lá estava o poema original...
‘AMAR É MORAR DENTRO DO OUTRO’
Outro dia eu escutei
Uma criança definindo amar
E ela disse a melhor definição
Que eu já ouvi do amor...
‘Amar é morar dentro do outro’
Quanta sabedoria num pequeno coração
Quanta alegria deve existir naquela vida
Que mora dentro de muitos corações...
Eu também sempre quis morar
Dentro do coração de alguém
Porque dentro do meu existem muitas casinhas
E algumas desocupadas por falta de moradores...
Mas o que eu queria mesmo
Era morar dentro de um coração
Que me desse infinito amor
Um coração feito o céu cheio de estrelas...
Mário Feijó
17.05.11
FACES DO AMOR
Houve um tempo
Que eu pensei
Que o amor de Rosa
E Gerânio jamais se acabaria...
No entanto Rosa vive hoje
Um amor sem fim
Ao lado do Sr. Jasmim
E Gerânio acabou
Apaixonado por uma
Prímula distante
Tiveram juntos violeta e Begônia...
Há em seus dias
Girassóis encantados
Borboletas de além mar
E colibris multicoloridos...
Mário Feijó
17.05.11
ESTÓRIA DE AMOR
Eu pedi à chuva
Que apagasse
As marcas dos teus passos
Quando decidiste ir embora...
E pedi aos trovões
Que abafassem
O som do meu pranto
Minha súplica desesperada...
Construí outra estrada
E tu não és mais nada
Não atrapalhas o meu caminho
E eu vivo outro amor...
Vejo que tu perdeste o prumo
Te desviaste do rumo
Ficaste sem guarida
Estás a procura do amor...
Mário Feijó
21.05.11
A JUVENTUDE É...
A juventude
É um animal selvagem
Difícil de domar
Que coloca em perigo
A si mesmo...
Mesmo assim:
Experimenta tudo
Mergulha em todos
Os abismos e tenta
Na primeira vez
Alçar os voos mais altos...
Mário Feijó
21.05.11
ADOLESCENTE
Um adolescente
É água em ebulição
É um vulcão em erupção
É um carrossel em movimento
É um corcel a ser domado...
Um adolescente
Quer ser esconder do mundo
Quer transformar tudo
Acredita que é o dono da verdade
Pensa que os adultos são velhos demais...
Um adolescente
Crê ser adulto, mas se comporta como criança
É sempre intempestivo
Acredita que é perseguido por todos
Acredita ser a coisa mais feia do mundo
Mas é apenas um ser em transformação...
Mário Feijó
21.05.11
UM CASO DE AMOR
Outro dia ouvi
O vento maldosamente soprar
Que a brisa não era de nada
Tempestade nem sabia criar
Estava a brisa nos campos
Solitária a trabalhar
Colhia pólen daqui
Pra outra terra fecundar...
As plantas agradecidas
Botavam frutos a dar
Vinha o vento invejoso
Querendo árvores arrancar...
Foi tanto o encanto
Que a linda brisa causou
Que o vento que parecia violento
Vento fresco se tornou...
Mário Feijó (23.05.11)
A TRANSMUTAÇÃO DO AMOR
Tinha que ser assim
Eu quebrei todas as barreiras por ti:
As do som, as do tom e até
As do meu bom senso...
Dancei todas as vezes
E só me superei
Quando te amei
Com todas as minhas forças...
Aí eu me transmutei
Tentando me traduzir
Para a língua dos anjos
Alguns considerados demônios
Pelas outras pessoas e por ti...
Tu não entendias o amor!
Não compreendes que amar
É superar a si mesmo,
Sublimar seu corpo e transformar-se
Em energia incorpórea...
Não existia mais corpos finitos
Somente uma energia divina
Antes que a teus olhos
Tudo parecesse o caos...
Mário Feijó
23.05.11
O TEU CORPO NO MEU
Junte as felicidades miúdas
E faça delas um ramalhete...
Luiz da Câmara Cascudo
Se eu escrevo todos os dias
É porque todo dia
Eu não posso te tocar!
Se eu te tocasse todos os dias
Eu iria mudo ficar...
Tatuei em minh’alma
O teu corpo colado ao meu
Quieto, contido, calado
Que eu beijo tudo que é teu...
Algumas vezes me basta
Encontrar as tuas digitais
Não importa, marcando meu corpo
Sou o mais feliz dos mortais...
E quando a brisa se acalma
Contento-me com as ondas do mar
Elas também me ensinam
O sentido que tem eu te amar...
Mário Feijó
23.05.11
