POESIAS

Isabel Genta - Poesias

PRESENÇA NO VENTO

O vento, este mesmo
Que bate em meu rosto,
Desalinha teu cabelo
Num sei onde
Sopra carícias
Em meu corpo - parado
No instante da lembrança
De ti-braços abertos
Sorrindo solto,
Abraçando o céu - a mim
Rodando na alegria
Marcaste a areia
E todo o lugar - eu
Com tua presença no vento.




OS SÓS


Quantas solidões
Na solidão de um só!
Quantos sós
Em quadriláteros iguais
Pensam a sozinhar!


Pingos na janela
Gotas dos olhos
No rosto...que não olha,
Apenas fixa


Quantas solidões
Iguais,
Na desigualdade
Das situações,
Na vida.


No mesmo instante,
Anos luz...
Mesmo doer
Do nada esperar.


Atenção/tensão
Aos ruídos do mundo,
Que é toda
Companhia diversa...


Quantos sós
Cercados, em paredes,
Fazem companhia ...agora
Uns aos outros ?




LUAR DE PRAIA


É dia,
É noite..
É dia
Na noite,
É branco
Na onda..
É onda
Ao luar !






CADEADOS


A primeira claridade que bate
Na fresta, no olho
No vão da janela,
Diz do novo dia...aqui


Cores e movimento
Da brisa que sopra
Na onda que sobe
E se faz branca...lá


Meu olhar pula da cama,
Da janela prá cerca
E esbarra no portão...daqui


Na tranca, que tranca a corrente
Que prende o cadeado e...
Deixa a manhã no pátio...dentro.


AS PLANTAS DO PÁTIO
No pátio tudo tem nome.
Trazida de longe
Cada planta, cada muda,
Tem história de amizade.


Toda a estação refaz
O momento do plantio,
A lembrança dos cuidados,
A paciente espera,


De tanto plantar e plantar,
Aos poucos se fez jardim,
O árido que brotou flores.


Neste oásis as delícias,
Frutos maduros e boa sombra
Crianças subirão em árvores.




O ARCO-ÍRIS


Tão raro...sol e chuva,
“casamento de viúva”!..
De manto rendado
Em brancas ondas
No verde-mar...transparente
Que reluzindo,
Brilha adejando chuviscos!
Chuva e sol... tão raros,
“pode preparar o anzol”!
que o peixe vem pra olhar,
a beleza do arco-íris
no pote fundo do mar.
Quanta cor pra copiar
Da palheta Divina...
Que nunca repete
Nem cansa de recriar
Este mundo perfeito
Que teimamos acabar!
Nem viúvas, nem casamentos,
Nem peixes a pratear as ondas,
Nem verde-mar em azul de céu,
Ou mesmo, multicores pintar...
Apenas o homem sozinho, cinza
A pedir novamente o milagre
Que, então, de tão raro,Quase será esquecido! ... QUASE !




A SOMBRA I


Olhando a sombra de mim
Não me sinto tão so´...
Ela é diferente, é sombra só.
Mas se move , sem vida própria !
Só a sombra colada em mim,
Me acompanha, mesmo opostamente...
Mas é sombra de mim?
Ou eu em sombra ?
Ela s vezes me assombra,
Embora só sombra
Se gruda, se alonga, se encolhe ...
E se torna pedra , se torna o musgo
Se encosta em parede,
Penetra e repousa ...
Na árvore
Se funde à escuridão !
Me encontro na sombra , às vezes
Me olhando na luz.
Estranha me sinto nela ,
Maleável, indistinta !
Estamos atreladas ...
Ela e eu.
Jamais a preencho ,
Nem ela a mim...
Somos só ,Sombras de mim mesma .


A SOMBRA II


A sombra não se transforma,
A sombra se amolda,
Termina no meu começo...
De frente prá luz fica às costas,
De lado ... apenas um risco,
Um fio escuro que sou também eu !
Eu dou sentido à sombra , ou...
Ela dá forma a mim, que me vejo?
Vida, luz, sombra ...
Só na morte, escuridão,
Eu a deixarei sem forma
(solta de mim)
serei eu a perdê-la ? ...
ou ela a si, perdendo? ...
É então a sombra,
Ela a que morre !
Mesmo estando eu, enfim,
Diante da luz !!!


 

Plácida Teresa de Oliveira Martins - Poesias

SAPATINHO DO BEBÊ
Sapatinho do bebê
Tão macio...tão pequenino
Sapatinho da esperança
Sapatinho do menino...

O menino vai crescendo
E o mundo se apresenta...
Por onde pisará?...
Quando seu pé for quarenta!
Pisará a grama verde?
Pisará a areia do mar?
Pisará a areia do asfalto?
Só Deus sabe onde andará!

Quando o tempo for passado
E não mais existir a criança...
Pés de adulto, homem casado
Sapatinho da lembrança!



ROSÁRIO DE ANDORINHAS

Olhando o rosário de andorinhas
Se preparando para partir
Uma, a uma, lado a lado
Batendo as asas para voar

Voam em busca de outras paragens
Que as alimente e aqueça o coração
Com elas vão muitos sonhos...
Que não se realizaram neste verão.

Lá vão elas batendo as asas
Parecem dizer: até breve
Voltaremos no próximo verão
Deixando sua imagem nos meus olhos
E saudade no meu coração.


CHORO DE CRIANÇA

Ouço choro de criança
Ouço alguém a resmungar
Coisa boa é ser criança
Abrir a boca a chorar

Hoje a vida nos ensina
Não mostrar os sentimentos
Pois o mundo os abomina
Não entende os sofrimentos

Criança chora dizendo
- desculpe se fiz tolice
E eu choro de saudade
Do choro da meninice !


MENINO DE RUA

Tu vives atirado
Sem fé, sem esperança
Pela sociedade renegado
Teu direito de criança

Cada vez que eu te vejo
Me chama atenção
Te dou um trocado
Para comprares um pão

É o sol que te esquenta,
Teu teto é a lua
Percalço da vida
Menino de rua.


O TEMPO
Tudo passa nesta vida
A dor, a alegria, a tristeza
A mágoa, a mocidade e a beleza
A dor, torne-a mais leve
A alegria, vive-a pois é breve
A tristeza procure não senti-la
A mágoa não a carregues contigo

A mocidade passa como uma quimera
Jamais a teremos, quem dera !
O tempo vai passando como um sonho
Ao acordarmos já estamos de partida
Aí compreendemos que é preciso
Viver cada momento desta vida !



CHUVA NA MADRUGADA
Ouço o barulho da chuva devagarinho
Batendo com calma na minha vidraça
Parece até uma mensagem de carinho
Que vem até mim e me enlaça

Na fria madrugada que eu passo
Talvez a chuva pouco se demora
Não sentirei então o seu abraço
Nem pensarei na vida como penso agora

Mas a chuva bate forte, forte
Na janela deste triste quarto meu
Suas lágrimas correm então em minha lembrança
Porque ela chora muito mais que eu.


PRESENTE DIVINO
Presente divino
É ver o mar, suas ondas beijando a areia
É admirar a lua espreaiando seu clarão
E contar as estrelas
Sem nunca saber quantas são
É ter a dedicação de um carinho
É sentir junto o bater de um coração.

 

 



Ana Ieda Bastiani - Poesias

I

Ana e Mariana
Duas cores, dois amores
Uma o sol do meu viver
a outra a esperança no entardecer
Ambas enfeitam a minha vida
E aquecem a minha alma
Ana e Mariana


II

Jovem , encontrei o AMOR !
Forte, arrebatador, o AMOR PAIXÃO !
Estraçalhou-me e se foi...

Juntei os pedaços,
E um outro AMOR apareceu.
Seguro, tranqüilo,
Mas não menos forte.
Fortaleceu-me e ... partiu.

Flutuei ao sabor das ondas,
Até que num dançar
Novamente , o encontrei.

De mansinho, foi chegando,
No aconchego se instalando
Pelo afeto me dominando.

Até quando ?

III

Mariana , meu amor !
Cor e sabor
de jabuticaba.

Mariana menina,
bailarina,que dança ,balança as tranças,
minha esperança...

mariana que canta e encanta

mariana luz,que reluze me seduz.
Minha paixão !

IV

Ser mãe,
Quem me dera !
Tentativas,
Tratamentos,
longa espera ...
e a cada mês,
lágrimas...

A dor assimilei,
A saúde busqueie a Karina acolhi...

Foi o sol !
A retomada do rumo
A realização do sonho
A vitória do AMOR.

V

NÃO “Éramos Seis”
Éramos oito.
Mãe apaixonada,
Pai durão.

Crescemos à beira do Uruguaipra onde a pobrezanos arrastou...

Um a um subiu a ladeira
A fé ajudou
Obstáculos vencerame no topo chegaram.

Hoje, somos seis
A dor não nos poupou
No auge da vida,a Lia nos deixou.

A história da família resgatou,
Os amigos do passado reviu,
A saudade da terra sacioue embalado pelo carinho dos netoso Moacir também partiu.A caminhada continua ...

Sofia Pinto Duarte - Poesias

SEM TÍTULO
Eu fui no Dr. Marcelo
A minha filha passando mal
Marcelo disse que ela
Rolando, rolando
Bateu num pau.


O PESCADOR

Quando eu olhei para o por do sol
Eu encontrei um anzol
Quando percebi que estava na praia
Vi aquele pescador com chapéu de palha
Eu imaginei um castelo diamante
Eu fiquei contente, quando ele me beijou
Vi que o amor nasce de repente.
(poema musicado)


SOU PAZ, AMOR E FÉ
Sou paz, amor, fé
Sou mais de tudo que se faz
Eu sou fé
E no lugar de dinheiro
Há uma canção
Sou fé, amor e alegria no coração


Sem Título...

ÁRVORE FORTE
ÁRVORE FRACA
A NATUREZA É MUITO BELA

BELA QUE NEM A FLOR
BELA QUE NEM O MAR
BELA QUE NEM O AMOR

ARVORE COM FOLHAS VERDES
FAZ MENOS BAGUN ÇA
PARADINHA NO SEU CANTO...

QUE TEM NINHOS DE MONTE
AH!...ISSO EU GARANTO.


SEM TÍTULO...


Sementinha, sementinha
Onde é que se escondeu
Brincadeira esconde-esconde
Não tem graça digo eu

Sementinha, sementinha
Não vai nunca se esconder
E se não brincar comigo
Não vou ensinar a ler.


Sem título...


Todo dia a lua some
Toda a noite o sol vai embora
Quando saio todo dia
É que vejo a fruta amora
Tudo bem, não apodrece
Acontece, todo dia
temos sempre dor de barriga
Ou senão é a bexiga...


ARROIO DO SAL

Aqui onde eu moro
É tranqüilidade,
É vida
Meu maior sonho
Era ter uma praia querida

Aqui onde eu moro
Faz frio faz calor
Aqui é certo
Que é paz e amor

Aqui onde eu moro
Tem areia e tem o mar
Gosto de brincar
Cantar, passear
Aqui também posso sonhar

Aqui onde eu moro
É o melhor lugar
Porque aqui é onde fica   o meu lar.